Parece quase impossível e meio surreal ter deixado isto parado durante tanto tempo. Demasiado para aquilo que seria suposto. Foi e, consequentemente ou não, continua a ser uma decisão minha! Só e tão minha. Mais ninguém, para além de mim, sente o peso que este projeto tem na minha vida e, assim sendo, mais ninguém - que não eu -, sabe a importância que é ter um mind set fidelizado a algo que lhe é prazeroso.

Já parei diversas vezes e continuo a saber o caminho de volta à casa de partida. Já fiz interregnos que me mostraram que, este, será sempre o projeto ao qual voltarei assim que a vontade surja ou assim que eu consiga. Aos poucos, sem lamentações, lamurias ou justificações, vou voltando. O Pieces Of Me, para mim, nunca foi algo forçado e já o disse por diversas vezes. Prefiro que esteja parado do que produzir em massa só porque é necessário alimentá-lo. Atualmente, a minha visão mudou completamente. Olho para todo o meu esforço, ao longo deste tempo, como algo que me fez crescer e que, no fundo, me foi dando oportunidades às quais fui correspondendo.

Contudo e, dada altura, deixei de me corresponder a mim. Vi-me preso a isto, de tal forma, que afastar-me foi a melhor forma de encontrar um rumo diferente para outras tantas batalhas que fui tendo. Das diversas vezes que me abordaram com "nunca mais escreveste", ou "estás em falta com o blog!", o meu coração partia. Partia porque as pessoas sentiam falta; partia porque eu sabia que não conseguia; partia porque, eu próprio, sentia falta.  Outra coisa que me fez diminuir a marcha, foi a falta de motivação. Sei lá, parece que, por mais que fizesse, voltava a não conseguir corresponder-me nem a ser tão positivo quanto queria e tanto quanto vos mostrei ser ao longo de toda esta bonita jornada. 

E tudo bem em relação a isso! Absorvi muita informação. Experimentei coisas novas e permiti-me viver um dos melhores verões de sempre. Apesar de toda esta fase meio conturbada, foi o ano em que melhor aproveitei o sol, o nosso país e, acima de tudo, as pessoas que me rodeiam e que me passaram as melhores energias de sempre. A dada altura da nossa vida - e julgo todos passarmos por isso -, devemos colocar na balança o que temos, o que somos e quem somos. Devemos permitir-nos viver mais sem pensar muito bem no amanhã. Ir, só. Deixar fluir. Permitir-mo-nos aproveitar o tão pouco tempo que a vida tem.

Agosto teve um gosto especial. Setembro, como manda a regra, será o mês da mudança. Sem me focar muito no padrão temporal, no tempo que as coisas demoram a acontecer, vou-me mantendo fiel a mim mesmo. E, isso, é o mais importante. Tal como é importante olharmos mais para nós. Tal como é importante continuarmos a acreditar nas nossas capacidades, ainda que as pessoas duvidem e nos ponham em causa. Tal como vale a pena voltarmos sempre onde fomos felizes. No fim, percebemos que tudo aquilo que precisamos está à frente dos nossos olhos sem que nos tenhamos de dar conta.

Sunnies: Versace w/ Parente Óptica Médica; Kimono/Blazer: handmade; Jeans: Levis 501 at Tiime To Be Back; Bag: Mango; Boots: Heart Vintage Core.

Nunca tenham qualquer problema em recuar. Dar diversos passos atrás ou de ganhar balanço. Guardem sempre essa força para novos recomeços e para dar voz ao que tenham guardado. Vivam o poder da vida. Continuem a fazer com que os vossos sonhos sejam alimentados e permitam ser sempre aquilo que vocês querem. A realidade será, no meio de tudo isto, apenas uma: tudo aquilo que vocês dão ao universo, o universo trará de novo. Talvez em dobro. Talvez melhor do que aquilo que alguma vez puderam imaginar.

O resto, será sempre isso: resto. Pensem num futuro demasiado bonito e foquem-se no que vos faz ser melhor todos os dias mesmo que, nesses dias, o mundo pareça desabar, a força esteja como que submersa e o caminho seja sinuoso. No fim, tudo bate certo. E, se não bater, a gente arranja forma!  

Vamos, Setembro!