Tasca da Quinta @ Peso da Régua

by - 29.6.20


A quarentena foi necessária para alguma coisa e, essencialmente, também me mostrou muita coisa. Nomeadamente quem esteve, quem está e, no meio de tudo, quem nunca. O relato desta experiência deveu-se, em grande parte, a uma amizade que se afirmou mais e mais e à qual estarei eternamente grato.
Posso dizer que o meu confinamento foi passado com a Ana, ainda que em sítios diferentes e separados por uma meia dúzia de kilómetros. Falámos de muita coisa. Deitámos muita conversa fora, mas descobrimos que há um mundo por descobrir. Sentimos, ambos, muita falta de estar com os nossos e fomos prometendo que o tempo após de confinamento, seria para reaproveitarmos tudo aquilo que não fomos vivendo de forma presencial. Já andávamos a adiar jantares há muito tempo. Convenhamos que a logística nem sempre funciona, mas sempre que possível, o faríamos.


Quinta-feira passada mudámos de ares. A Sofia pegou em mim e levou-me estrada fora pelo sublime Douro dos mil encantos. O encontro com a Ana e com o Diogo estava marcado para as 20:30h, num dos restaurantes preferidos deles. A "Tasca da Quinta", bem ali na zona por detrás do Museu do Douro, na Régua. Um sítio pequeno, muito acolhedor, que requer marcação prévia. A decoração transporta-nos ao antigo. Mesas de madeira, pratos coloridos. Azulejaria. Uma garrafeira e um balcão com vista para a cozinha de onde saem os pratos que nos confortam o estômago.


Trouxeram-nos a carta que fazia lembrar os antigos livros de calotes. A Ana e o Diogo, como bons anfitriões foram pedido. Inicialmente umas entradas que nos fizeram aumentar as expectativas pelos pratos principais. Tostas com enchidos. Tosta de cavalas e de bacalhau. Tosta com um preparado de cogumelos digno dos deuses. O serviço é célere. Enquanto isso, a sangria. A sangria que nos fez pôr a conversa em dia, que nos fez trocar sorrisos e que nos fez elevar os copos vezes e vezes sem conta com o intuito de brindarmos àquilo que nos une: a amizade.


O ex-libris foi a açorda de cogumelos. Não vos consigo explicar o sabor. Extremamente bem condimentado, mas com aquela sensação de se perceberam os sabores. O ovo faz a diferença. Torna todo o prato mais cremoso. No meio de tudo isto, dava por mim a pensar o quão privilegiados éramos. Por nos termos e por estarmos. A vida é feita disto. Muito disto. E, parecendo que não, mudar de ares é mais ou menos como dar um refresh e rejuvenescer por um bocadinho. O tempo meio que parou, por momentos, embora tenha tido a sensação de que estava a passar demasiado rápido.


Nisto veio a Alheira à Brás. Divinal, assim como todo o empratamento. Dividimos por 2 para o estômago não ficar demasiado saturado para o que se seguia. Estava no ponto. Aquele ponto de quem sabe fazer à Brás sem ficar a nadar em óleo e sem que pese mais do que deve. Depois disso, veio o rolo de carne recheado. Acompanhado de umas migas de feijão frade. O staff brincou quando terminámos de jantar porque, à partida, toda esta experiência gastronómica seria um exagero e não teríamos capacidade para tal. Como é evidente, ganhámos.


Não só ganhámos como ainda tivemos espaço para o Petit Gateau que, tal como tudo o que fomos comendo, superou as expectativas. Voltámos a brindar. Desta vez, à prosperidade. À vontade que temos de nos reunir mais e mais vezes. Porque a vida é mesmo assim. Perguntaram-nos - a mim e à Sofia -, se tínhamos gostado mas fomos muito parcos em palavras. Foi uma experiência 10/10 e a repetir sempre que possível. Pagámos a conta - que vai depender muito do que pedirem, tendo em consideração que tudo isto faz parte de uma experiência -, e seguimos para o Cais.
Tasca da Quinta, Peso da Régua
Rua Marquês do Pombal, 42
Contacto: 918 754 102

Foi uma noite muito bonita!

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