Step Back

by - 3.7.20


Sei que já não escrevo há algum tempo. Não porque não haja o que escrever mas, essencialmente, por a energia que tenho emanado não seja a melhor para vocês. Conformei-me demasiado ao facto de ter criado este espaço única e exclusivamente para partilha daquilo que me preenche. Seja de que maneira for. Precisei de estar, de novo, afastado, para me provar a mim mesmo de que, este, é verdadeiramente o meu mundo.
Mais não dei do que um passo atrás para que pudesse ter balanço para continuar a seguir caminho. O meu caminho. As paragens são obrigatórias, para que se abram horizontes. Ou, quanto mais não seja, para que nos permitamos fazer um refresh aos conteúdos e, essencialmente, à mente. O tal motor que nos comanda. Sou fiel a mim próprio. Sempre fui, e creio que nada melhor do que começar a reinventar-me. A publicação de hoje mais não é do que isso. Dei-me oportunidade de fazer as coisas de forma diferente e de olhar mais à minha volta.


Tinha vindo de fim-de-semana de Lisboa que me fez perceber demasiadas coisas. Precisei mesmo deste interregno de 3 dias. Lá bem longe. Para que pudesse ganhar inspiração e vontade. Na segunda-feira, sem muito bem pensar, pedi à Joana Nobre Pires - cujo olhar fotográfico vai mais além -, para irmos tirar umas fotografias. Só havia destinado o sítio. Senti necessidade de sair da cidade, mesmo que o look gritasse por ela. Precisei da pacatez da Serra. E foi a melhor decisão. Estava um sol tórrido e, sem grandes indicações, a Joana fez o trabalho como ninguém. Era disto que sentia falta. De um novo olhar. De uma experiência diferente. De uma oportunidade também ela distinta.


Sinto que nos moldamos demasiado às coisas. No geral. Padronizamos no que vemos e nem olhamos. Já viram como é?! É isso que, consequente e inconscientemente, nos faz recuar. Parar e, por conseguinte, tomar o balanço necessário para, então, avançar. Senti uma tranquilidade imensa. Mais do que em qualquer outra sessão fotográfica onde a pressão e a busca pela "fotografia ideal" era uma constante. A Joana é fotógrafa - desculpem a lacuna de ainda não vos ter alertado sobre isso -, e, embora me conheça, nunca havíamos tido oportunidade de nos cruzar em trabalho. Só mesmo nas mesas do café que nos recebe para trocarmos um sem-fim de ideias, uns quantos dedos de conversa e brindes vários. Porque a vida é, ainda, feita de pessoas.

Tank Top: Primark; Leather Shirt: Zara; Shorts: Bershka; Sunnies: Polaroid; Bag: Versace; Sneakers: Converse

De pessoas com o coração no sítio certo. Que, muito provavelmente, abrem mão para acreditar nas nossas capacidades sem margem para cobranças. "És muito mais rápido do que eu a ser fotografado", disse-me entre os vários disparos contínuos da máquina. Pediu para ver uma e outra vez o resultado. E, embora o tivesse visto, estava completamente de espírito livre para isso. "Se calhar não é bem assim que gostas!", repetiu. Queria só poder aproveitar o momento e dar-lhe a oportunidade de me ver, através dos seus olhos, para que eu por conseguinte, também pudesse perceber como é que alguém me vê. Claro que isto é meio subjetivo porque conheço a Joana quase desde que me lembro... mas, queiram ou não acreditar, fez demasiado sentido.


Continuo grato pelas vitórias que tenho vindo a somar ao longo do tempo... mesmo que este ano esteja a ser a verdadeira e real prova de fogo. Mas não me quero conformar a isso. Sou demasiado exigente comigo mesmo e com o trabalho que faço. Daí precisar de abanões e safanões que me permitam parar as vezes que me sejam necessárias para cumprir com os objetivos que, diariamente, traço. Posso não os cumprir da forma tão célere quanto queria... porque, talvez, seja fulcral mudar estratégias. E é mesmo isso! É isso que se faz nas pausas. É isso que se faz nos diversos passos que damos atrás, sem que nos apercebamos, e dos quais nos queixamos vezes sem conta.


Sem pedir, a Joana quis endereçar-me umas palavras. E é aqui que vemos que podemos fazer a diferença sem que nos apercebamos. A Joana faz um trabalho incrível. A Joana tem olhos que vêem para lá do óbvio. A Joana está disponível para quem quiser ser captado por um olhar clínico daquilo que vocês sentem! A Joana é a minha Pires.

Por vezes dão-nos a entender que não nascemos para viver como sentimos.
Garantidamente não precisamos de nome nem de grandes somas financeiras.
Ter um coração forte e educação é tudo o que precisamos.
Sei o que é não sentir a necessidade de querer o que os outros têm, mas sim criar um caminho próprio, isto cultivando-o, claramente.
O amor por si mesmo pode salvar-nos e salvar mais uns quantos.
Obrigada, não há nada como um modelito que dá tudo de si, torna-se fácil trabalhar 💌

You May Also Like

0 Pieces

Muito obrigado pelo comentário. A vossa opinião é sempre muito importante e ajuda-me a melhorar!
Após aprovação responderei nos vossos blogs.
Espero que voltem!



Sigam todas as novidades aqui:
Instagram × Facebook Oficial Page × Pinterest