Se há algo que, ainda, me mantém nas redes sociais e, neste, que considero como ser o meu trabalho, é o contacto com as pessoas. A troca de ideias, também. E a minha vontade de ser e fazer mais e melhor. Não estou nisto desde ontem e, sem falsas modéstias, é incrível olhar para trás e perceber como é que tudo começou e como é atualmente.

Durante este fim-de-semana, e de maneira a aumentar e criar mais contacto com quem me segue, pelo instagram, pedi que me fossem feitas algumas perguntas. Ou que, simplesmente, as pessoas tirassem dúvidas sobre aquilo que quisessem. Foi engraçado perceber que a maior parte das pessoas se focou, muito, em querer saber e perceber como é que se tiram "boas fotos" sem que, tudo isso, é muito relativo. Não considero que seja o hit das fotografias, muito menos de looks, mas senti-me lisonjeado em sentir que há uma enorme valorização por aquilo que mostro, através das redes.

Mas nem sempre foi assim. De todo! E nossa Senhora me valesse se tivesse nascido ensinado, porque não teria aproveitado tanto toda esta evolução. Tal como referi, ontem, comecei com o blog em 2013, mas só em 2014 é que me senti mais à vontade para mostrar o meu corpo, através das fotografias de looks. Semanais, tal como atualmente. Lembro-me, perfeitamente, de todo o processo: o de sair para fotografar, o procurar espaços sem me preocupar com fundos... Também me lembro que, na altura, o mais importante era estarem vazios. Nesta altura, pouco ou nada sabia. Sobre mim, sobre moda e sobre o que é ter um estilo que pudesse ser chamado de Meu. Também sabia nada sobre como brincar com a roupa e como a mesma me podia moldar o corpo e não eu moldar-me a ela.

Não há uma poção mágica para se ser fotografado ou para "ficar bem". Na verdade, o importante será sentirem-se confortáveis e com à vontade. Mesmo que errem, mesmo que as fotos tenham de ir para o lixo, mesmo que não acertem no ângulo. É importante tentarem uma e outra vez... mesmo que canse e mesmo que achem que “não nasci para isto” como eu pensei mil e uma vezes. Senti muito na pele, no início, o querer ser bom e o não conseguir. Chegou a ser desgastante. Mas foi precisamente isso que me fez não baixar os braços ou desistir.

Durante todo esse tempo, acreditei no processo. Deixei que as coisas fossem fluindo e que o tempo as deixasse levar ao porto que ele quisesse. Troquei a minha máquina, numa primeira instância, e continuei a deixar-me inspirar. Ainda hoje, as coisas me fogem da mão. Há looks que quero muito fotografar mas que não resultam, assim como há sítios em que quero muito fotografar mas que, também, não resultam. E está tudo bem com isso! Faz parte de todo o processo. Se for necessário - como já aconteceu -, volto no dia seguinte, com uma roupa diferente, a uma hora diferente para que a luz não estoure as fotografias.

"Adorava ter a tua lata!", disse-me a Sofia, a meio desta sessão, ontem. Porque estavam a passar pessoas, porque as pessoas olhavam com desdém, porque são "pessoas", na sua grande maioria. Sem aquela empatia que deveriam ter ganho desde o início desta pandemia. E é, precisamente aí, que vejo o quanto evolui. Em 2014 dava por mim a fotografar em sítio meio obscuros, onde ninguém passava, porque não queria ser visto. E, hoje, é totalmente o oposto. Evolui e encarei - como encaro cada vez mais -, que isto é o meu verdadeiro trabalho. O que me dá gozo. O que me completa.

E é aqui que se vê evolução. Mais do que fotografias bonitas, roupas bonitas, malas bonitas, óculos e acessórios que enchem o olho, o importante será, mesmo, o à vontade. O gosto que se tem e o querer ser, sempre a minha melhor versão. Se, com isso, inspiro pessoas, tanto melhor. Porque, hoje em dia, passados 7 anos de estar no digital, ainda me continuo a inspirar na vida e em quem sigo. É, efectivamente, fundamental fazê-lo e isso move-me. Nunca vim para o digital com o intuito de ser mais ou melhor do que A, B, C ou D, até porque digo - e por diversas vezes -, que neste mundo todos podemos fazer diferença.

Nunca se sintam "menos" ou "menores" por ainda não terem atingido o vosso objetivo. Na vida pessoal ou na profissional. É o processo pelo qual vocês passam, que vos vai fazer saber melhor toda a evolução. Não se foquem no problema. Procurem, antes de tudo, a resolução. Não olhem para os demais. Olhem para vocês mesmos. Porque é um vocês que a resposta está. E lutem. Lutem muito até conseguirem, Subam e desçam os degraus. Caiam e levantem-se. Isso também faz parte do processo.

Esta semana promete ser recheada e prometo trazer novidades com ela. Creio que, na quarta, já poderei abrir um bocadinho o véu e contar-vos o que aconteceu neste fim-de-semana que passou. Nessa altura falamos sobre regressos em tempos de confinamento. Continuo a sentir-me honrado pelas oportunidades que me têm surgido e que me fazem sentir no caminho certo. Já falta pouco!

Uma feliz semana para todos!