Depois de Tudo, Tudo Terá Outro Sabor!

by - 3.4.20


Ontem tive um dia recheado. Acordei cedo para ir treinar - abaixo o sedentarismo nesta altura em que o que mais lutamos por nós -, por ter dormido extremamente mal. A minha rotina, no que toca a horários, continua a igual. Tento cumprir as horas de sono que tinha antes e fazer render o dia como se no meu local de trabalho estivesse.
Das várias tarefas que tinha, consegui fazer tudo no período da manhã. Arranjei-me para uma campanha para uma marca que tinha de ser feita naquele timing, desmaquilhei-me, voltei a vestir uma roupa de casa para dar inicio à edição e, nisto, a manhã tinha passado a voar. Engraçado perceber o quanto adiamos a nossa vida por falta de tempo e o quanto nos vemos aflitos por despachar tudo o que é preciso quando, no caso, o tempo nos sobra. Já pararam para pensar que, agora, não há desculpas?


Depois do almoço, naquela convalescença entre ficar no sofá e ter de fazer coisas para me sentir útil - porque é tão importante fazê-lo, decidi que tinha de me vestir! Quanto mais não fosse para fazer uma meia dúzia de fotos, no chão do meu quarto, já que a luz natural emanada me faz querer estar lá sempre. Não fui de modas e, honestamente, vi-me a subir as escadas a correr para que as ideias não se dissipassem. Nisto, arranjei, pus a máquina no corredor, criei um cenário minimamente aceitável. Disparei o temporizador e surra de agachamentos para encontrar o ângulo certo.


Nisto dei por mim a sentir saudades. De sair para fotografar. De montar o boneco só porque sim. De mostrar aquela peça nova e de dizer que tinha sido comprada na feira. De ter a minha rotina toda de volta, tal como já falei aqui. Sempre fui muito livre. Sempre fiz aquilo que quis e nunca, em qualquer momento, me senti tão limitado em relação ao espaço. Ainda assim, consigo ver as coisas de forma diferente. Nunca, também, me senti com tanto vigor de mostrar uma realidade (ainda mais!) assertiva e mais real. Ao fim ao cabo, sou uma pessoa cheia de sorte: trabalho no que gosto, dentro das minhas quatro paredes, num momento em que muita gente se vê aflita para arranjar o que fazer.


Já à noite, dei por mim a refletir sobre tudo isto e sobre o quão engraçado será, daqui a largos meses, olhar para todos este trabalho que fiz dentro de casa, e descobrir o quão criativo consegui ser e o quão frente a esta calamidade eu fiz. Porque é importante isso. É importante vermos o copo meio-cheio. Mesmo que seja legítimo nos queixarmos e não estarmos bem todos os dias. Porque eu também não estou. Ninguém está. E não há mal nenhum disso. Vamos, no entanto, lembrar-nos de que hoje é menos um dia em que estamos clausurados e que, logo, logo, as coisas mudam!

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