Por que é que isto (ainda) acontece?

by - 24.2.20


Mal posso esperar que seja Março. Finalmente o lado bom de se trabalhar e de sermos contemplados com as benditas férias. Março, felizmente, vai ser um mês repleto de coisas boas. Vêm as semanas de Moda e, com isso, vou estar dividido entre Lamego, Lisboa e Porto. Depois, mais para o final do mês, retomo a Lisboa para fazer uma coisa que já queria há muito tempo e que, na devida altura, irei partilhar convosco por assim fazer sentido!
Se podia estar mais entusiasmado?! Não. Aliás, estou bastante excited por poder partilhar algumas novidades convosco, inclusive o que me leva de volta à capital sem ser a semana de Moda. Ou, melhor dizendo, os dois dias a que consigo ir. Também estou ansioso e começo já a ponderar, entre várias coisas, o que vou vestir e tudo o que isso envolve. Ir às semanas de moda é bastante interessante para quem gosta, verdadeiramente, desta área. Para mim, volta a fazer sentido tentar, pelo menos, estar presente.


No entanto, não é bem isso que me traz cá hoje. Queria debater sobre umas coisas que me andam a fazer pensar mais e que, no fundo, fazem sentido serem debatidas. É a falta de tempo que temos uns com os outros. O de olharmos excessivamente para nós e de não darmos a mão mais vezes. De não se dizer as coisas certas nas alturas certas. Sobre o não se dar valor. Sobre criar expectativas, ilusões e, no segundo seguinte, tirar-se o tapete do chão das pessoas como se fossem um nada.


Quando comprei este puffy, nunca pensei que lhe fosse dar tanto uso. Comprei mais naquela de ser uma peça trendy e que me pudesse dar jeito para meia dúzia de fotos. Depois de sentir que, com ele, não tenho qualquer rasto de frio, dificilmente o largo. Talvez não tenha errado nada na cor, pela altura da compra. Provavelmente em preto ou num tom neon (como queria), já o teria dado ou já o teria feito ficar parado entre os tantos que estão no meu roupeiro. Não há nada que não goste nele e só queria que fosse um bocadinho de nada mais comprido nas mangas!


Depois de ter passado pelo mau bocado por que passei, prometi a mim mesmo que iria começar a dar mais valor aos que me rodeiam. E assim foi. Deixei de ter problemas em dizer que agradeço ou que amo. Deixei de ter medo de pedir desculpas ou de dar o braço a torcer. Com isto, passei a sentir-me mais leve. E descobri o quão importante isso é! Na boa verdade, as coisas e as pessoas que a vida nos dá, acabam por ser demasiado passageiras... daí a necessidade enorme, gigante, de conseguirmos aproveitar tudo isso. 


Se nos podemos arrepender um dia, sim. Mas mais vale arrependermo-nos do que fizemos do que daquilo que não fizemos... E é aqui que as pessoas (ainda) pecam. Será por medo? Será por vergonha? Orgulho? O que é que as leva a ficarem de boca cerrada, ou a piscar os olhos? A nossa existência depende, de igual modo, das nossas atitudes. As nossas atitudes têm consequências. As consequências, por sua vez, vão depender do modo como tomamos as nossas atitudes. Precisamos de parar e ponderar... mas isso será uma regra fundamental a levar na vida.


Esta camisa foi o maior achado, mas não o único. No sítio de sempre. Numa quinta-feira aleatória. Assim que a vi, meio que enrodilhada, debaixo de um monte de roupa possivelmente em segunda mão, não a larguei mais. A vendedora dizia, em voz alta, que era tudo a 1€ e que nem cobria o preço dos botões. E era bem verdade. Uma cor entre o bege e o nude. Numa textura que faz lembrar pele de pêssego. Senti que a devia trazer comigo, quanto mais não fosse para meia dúzia de fotos. A verdade é que já a devo ter usado meia dúzia de vezes.


Mesmo sem saber, muito bem, a forma como me assentava quando fechada, trouxe. O máximo que podia acontecer era dá-la à minha mãe que lhe fazia a féria muito facilmente. Depois de vestida, achei que resultava na perfeição. Fluída o suficiente para a imaginar vestida nas noites de verão, com uma t-shirt por baixo, com uns jeans básicos. Numa onda diferente deste look bem na vibe do clássico que roça, ali, o street style com um Q de semana de moda.


Vamos parar para pensar um bocadinho em tudo isto. No tempo que desperdiçamos com medo e na forma como vemos as investidas da vida. Nas oportunidades que perdemos. Na vontade que temos e que não cumprimos. Na força que temos e que não nos deixa tomar partido dela. É tudo uma questão de consciencialização por quem nos rodeia e de deixar o orgulho (excessivo), de lado. Acredito muito que seja o orgulho que impede que tudo isto aconteça, aliado ao medo da rejeição ou de qualquer outra coisa. 


Mas a camisa não foi a única peça a ser comprada (risos). Também me perdi de amor por estas calças de cintura mega subida com um tom que grita pela primavera. Achei que, juntando estes três tons resultaria na perfeição mas, entretanto, já vesti com uma camisa de ganga e com uns ténis e ficou babado (risos). Escolhi uma funny pack e uns loafers para contrabalançar, uma meia dúzia de acessórios e estava pronto a fotografar!


E era só isto, malta. Vamos parar de nos levar tanto a sério e de levar a vida tão a sério. Quando começarmos a olhar mais para o outro como se fosse na nossa pele, certamente vamos escolher dar mais valor, passar a mão pelas costas e esticar, de igual modo, a mão. Só vivemos uma vez e, infelizmente, a vida acaba por ser demasiado curta. Não há mal nenhum em mostrarmos mais de nós, mesmo que seja o nosso lado mais frágil. O importante, no fim de tudo, será deitarmo-nos com a consciência tranquila e com a sensação de que vivemos de forma plena. 

Boa semana!

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