Não sei muito bem o que se passou comigo este ano para não ter sentido o sabor do Natal. Talvez me tenha falhado qualquer coisa ou, talvez, o esteja a sentir de forma mais adulta. Lembro-me de relatar aqui, ano após ano, todas as vivências da época. As compras de última hora, as fritas que fazia em conjunto com a minha avó e o fervilhar que sentia pela quadra. 

Hoje em dia o sabor é diferente. Quero só que chegue a noite de 24, hoje mesmo, para me poder sentar junto com os meus. Para comermos as batatas cozidas com o bacalhau, para petiscar o polvo frito que a minha avó faz, para me deliciar com a mesa de doces na casa da Tia Cristina. Este ano, tem um sabor diferente. Seremos mais à volta da mesa. Juntam-se os meus tios e os meus primos, de novo. Sentia muitas saudades da casa cheia e do barulho das conversas que se fazem sentir aleatórias. Hoje, quero só aproveitar (ainda mais) a magia da minha família. O Natal passou a ser mais do que sentar à mesa e devo isso ao facto de ter crescido e de me ter moldado.

Não vos posso dizer que não sinto saudades dos Natais em casa da minha avó. Porque sinto. A azáfama de subir e descer escadas íngremes e as memórias de, quando criança, ansiava pela meia noite só para ver a minha tia Rosa vestida de Pai Natal com as botas do meu pai e as luvas dos bombeiros dela que, creio, ainda hoje guarda de forma religiosa. O Natal, hoje, tem um sabor ainda melhor. Sabe-me a aconchego, a partilha. Sabe-me a aproveitar cada minuto como se fosse o último ano. Sabe-me a estar. A querer agarrar toda a gente. 

Desejo-vos uma noite muito feliz. Com os vossos. No aconchego e rodeados desta magia que nos faz acreditar!

Feliz Natal, malta!! 💖