Oh, Pardon!
Os últimos dias têm sido intensos e muito cheios de tudo. E, quando digo tudo, foco-me no que tem acontecido e, essencialmente, no que tenho sentido. Esta ordem de soltura tem-me feito ver as coisas de uma outra perspectiva. Talvez a perspectiva que não conseguiria ter se nada do que aconteceu tivesse acontecido.
Nunca fui fã do meu sorriso, mas achei que era a melhor forma que tinha para poder descrever esta primeira semana em que, paulatinamente, tenho (re)visto as minhas pessoas. Encará-las foi como se as tivesse conhecido, ali, naquele momento, mesmo sabendo-lhes as histórias e tendo, muitas delas, sido partilhadas comigo. A mesa do café acolheu-nos para os mais diversos devaneios. Os olhos brilhavam, ainda mais, do que as luzes que nos iluminavam numa noite quente, quase de verão. Estavam lá (quase) todos. O primeiro gole de café - aquele café-café -, que revitaliza a alma, fez-me sentir que a espera valeu a pena.
Sunnies: Piere Leroc; T-shirt: DIY; Pants and Jacket: Local Fair; Bag: SheByAcessórios; Sneakers: Fila |
Como vale e há-de valer, sempre. Acredito, genuinamente, que os horários que, hoje em dia nos impõem, dos cafés até às 23h sejam promissores de uma troca de palavras mais acelerada e que nos faça olhar uns para os outros com olhos de ver. As conversas ainda as sinto meio perdidas. Todos queremos partilhar de como foi difícil a época da quarentena e daquilo que nos privou. Todos queremos perceber como será o futuro. Contudo, nota-se consciência. Não só de a máscara se ter tornado um acessório de moda, nem do álcool gel estar presente em cima da mesa, à reveria de todos, mas daquilo que se sente no ar.
Há dúvida. Muita dúvida. Mas há, melhor do que isso, a consciência de que todos precisávamos deste interregno. Creio que as mesas lotaram de consciência e de maturidade. Por entre olhares, conseguimos perceber-nos melhor do que ninguém e nunca, antes, como agora.Vemos, em alguns, que houve tempo para pôr em prática o que há muito queriam. Noutros, vemos uma busca incessante por fazer cumprir o que a quarentena veio alimentar. Em todos, vemos uma vontade de que o futuro seja parco em partidas e recheado de desafios. Afinal de contas, o tempo que estivemos sem nós, estivemos connosco... coisa que muita gente estava a precisar.
"Se não fosse o covid, acho que a minha vida estava bem pior", ouvi. E é exatamente isso. Senti que todos nós crescemos. De tal forma que nos permitimos olhar para toda esta situação como um copo meio cheio. "Então, como foi a tua quarentena?", perguntou-me uma daquelas amigas de sempre. A minha resposta foi demasiado direta e encarada como algo saído de uma frase fora do contexto: "foi ótima!", e essa é a maior das realidade. Jamais, em tempo algum, teria sido capaz de fazer o tanto que fiz como nesta fase em que estive em casa.
Agora que está tudo a voltar à normalidade, vamos pegar na responsabilidade que todos fomos adquirindo, junto com a paciência, e vamos ter calma. Muita calma. Vamos mostrar que crescemos e que temos noção que, o futuro, está nas nossas mãos, como sempre esteve. Precisamos de manter este amor e de criar (mais) empatia. Afinal, foi-nos dado o murro no estômago de que, a vida, é mais do que aquilo que vivemos. Está intrínseco que precisamos uns dos outros e que só faz sentido se estivermos unidos... mesmo que o abraço ainda continue adiado!
0 Pieces
Muito obrigado pelo comentário. A vossa opinião é sempre muito importante e ajuda-me a melhorar!
Após aprovação responderei nos vossos blogs.
Espero que voltem!
Sigam todas as novidades aqui:
Instagram × Facebook Oficial Page × Pinterest