O drama e o pesadelo estão longe de terminar, mas há coisas que não nos podem faltar nunca. Com tudo isto que nos está a acontecer, fiquei mais crente de que nada do que acontece na nossa vida é por acaso e, por norma, a resposta a todas as coisas às quais nos interrogamos agora, saberemos depois. Tudo isto, num ciclo que quase nos vicia.

A Pandemia privou-nos de muita coisa. Privou-nos de desafios novos, de rotinas que, embora reclamássemos muito, até nos faziam bem à alma, de abraços que ficaram por dar, de cafés que ficaram por tomar, de pessoas que ficaram por conhecer. Demos por nós, ao longo destes quase 2 meses de uma longa e penosa caminhada, a querer acordar deste pesadelo que nos veio assolar e que nos tirou o tapete do chão. Que levou de nós aquilo que de mais certo tínhamos.

Ainda assim, deixou-nos como morada o amor e a esperança que, ao longo desta jornada, não nos deixaram e que serão as peças fundamentais quando o jogo tiver, de novo, o seu início. Vamos lançar na mesma os dados mas não nos vai ser permitido jogar da mesma forma que até então. O amor e a esperança - as tais peças-chave -, estarão de mãos dadas connosco e acredito, piamente, que serão as únicas a deixar-nos chegar à casa de partida. De forma segura. Bem sei que estamos famintos de abraços e do toque. Mas a esperança certamente nos vai fazer ter o coração no sítio certo e aguentar mais um pouco.

Continuo a ver tudo isto de copo meio cheio. Vamos dar sorrisos aos nossos amigos e àqueles nos são que nunca demos. Vamos olhá-los como nunca antes os vimos. Vamos dar valor como nunca antes demos. Creio que não nos vai faltar empatia e compaixão depois deste momento de luta e acredito, genuinamente, que o valor que damos à vida - e àquilo que seria suposto ser nosso -, será maior e mais forte. Mais do que nunca e mais do que em qualquer outra altura. Afinal, estamos todos, aos poucos, a sair do mesmo barco. 

#quenuncanosfalteamor

#quenuncanosfalteesperança